Capítulo 7. (parte cinco).


As músicas selecionadas ainda tocavam, um ventinho gostoso entrava pela janela. Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha e ajeitei a alça da minha camisola que havia escorregado.
Com um sorriso bobo encarei o garoto de olhos bonitos que estava deitado em meu tapete.
– Não me olha desse jeito. – falei.
– Que jeito?
– Desse aí.
– Deita aqui do meu lado.
Me aproximei, deitei e fiz de travesseiro o braço do garoto de sorriso largo.
– Responde uma coisa? – ele disse.
– O quê?
– Se o Fernando tivesse entrado pela janela, você o beijaria do mesmo jeito?
– Ah, Toni. Não enche! – falei rindo. – Não, eu não o beijaria.
Toni sorriu e eu também.
– Desculpe por não ter respondido a sua pergunta. Mas eu acredito em você, sei que isso tudo não é um joguinho.
– Fico feliz em ouvir isso. Obrigado por acreditar em mim.
Apenas sorri.
– Que correntinha bonita. – elogiei.
– Foi presente de uma garota especial.
Fiquei séria.
– Que ótimo que ganha presentinho de garotas especiais, Antônio.
– Ruiva...
– Não, é sério. Quantas coisinhas você já ganhou, hein Antônio?
Toni soltou uma gargalhada.
– Está rindo de quê? – perguntei com uma expressão séria.
– Da sua carinha irritada. E que negócio é esse de Antônio?
– É o seu nome, não é mesmo?
– Quer saber quem é a garota especial?
– Não!
– A minha irmã.
Corei.
– Ai, que vergonha.
– Ficou com ciuminho. – cantarolou.
– Bobo!
Começamos a conversar. Sobre filmes, músicas, futebol, comidas prediletas, um monte de coisas prediletas. Concordamos, discordamos. Fiquei irritada, Toni riu, fiquei mais irritada, ele soltou gargalhadas e depois se desculpou com selinhos.
– Ruiva?
– O quê?
– Quero saber uma coisa.
– Fala.
– Você tem ou não uma tatuagem?
– Ah, não! Você também tem essa curiosidade boba?
– Não é boba.
– É sim!
– Aposto que é uma estrelinha. Não, uma borboleta. É uma borboleta?
Levantei sorrindo, andei até a porta e encostei-me nela.
Toni levantou também, e começou a desabotoar sua blusa xadrez.
– O que você está fazendo? – perguntei com um riso nervoso.
O garoto de olhos castanhos alargou o sorriso mais ainda e continuou a desabotoar a blusa. Ao terminar a jogou sobre a minha cama e veio andando em minha direção.
Eu já tinha visto Toni sem camisa antes. Em todas as vezes que ele tomou banho de piscina na minha casa e nos treinos de futebol no colégio. Sabe aquela coisa de camisa contra os sem camisa? Então, Nando e Toni faziam parte dos sem camisa. O que explica o motivo das arquibancadas lotarem de garotas eufóricas. Eu? Bom, estava lá pelo jogo. Sou apaixonada por futebol desde pequena.
Minha atenção é despertada quando Toni colocou as mãos na porta. Ele estava perto demais, e os meus joelhos tremiam de forma absurda.
– Você percebeu que eu não tenho como correr?
– Percebi. – respondeu com um sorrisinho. – Mas você quer correr?
– Depende das suas próximas atitudes.
Toni abriu um sorriso gigante, e eu corei. O garoto de sorriso bonito beijou minhas bochechas vermelhas, e depois disse me encarando.
– Eu só quero lhe mostrar uma coisa, lindinha.
Dizendo isso virou de costas e eu pude ver sua tatuagem.
– Ah, Toni. Mas eu já tinha visto sua tatuagem, só havia esquecido.
– Tatuei a palavra believe por causa da minha irmã, depois que o idiota a magoou. Sempre dizia essa palavra a Julia. Acredite você vai esquecê-lo, acredite um dia um cara decente vai lhe encontrar e te amar de verdade. – falou sorrindo.
Eu pulei nos braços de Toni e ele retribuiu o abraço.
– A cada dia gosto mais de você.
– Eu também, ruiva. – Toni disse me soltando e se aproximando da cama para pegar sua blusa. – Nossa! Eu tenho que ir pra casa. – falou olhando o seu relógio. – O Miguel está me esperando no carro.
– Oh, Toni. Devia ter dito que o Miguel estava lhe esperando esse tempo todo. Teria dito pro Guel entrar, beber café.
– A idéia de entrar pela janela foi dele. Disse que seria romântico.
– Na verdade quis te socar. – disse rindo demais. Toni fez o mesmo. – Mas eu gostei de você ter vindo até aqui.
Descemos as escadas sem fazer barulho. Quando chegamos à sala, acendi as luzes e Toni ficou olhando as guitarras do meu pai.
– Nossa!
– Eu sei. – disse sorrindo.
– Incríveis.
– Cada guitarra ganhou um nome. – falei sorrindo. – A do meio é Madeleine, a azul é Olívia, e a laranja é Pimentinha.
– Gostei.
– A moto você já viu né?
– Sim. – disse sorrindo. – Seu pai é muito legal.
– É sim.
Acompanhei Toni até a porta. Pensei em dizer algo, mas o garoto de olhos bonitos disse primeiro. – Obrigado por acreditar em mim. Eu vou ter paciência e esperar você definir seus sentimentos, resolver tudo com o Fernando. Eu gosto demais de você, Pimentinha. Não consigo me imaginar entrando pela janela de outras garotas. – Toni soltou uma risadinha, e eu fiz o mesmo. – Te abraçar é muito bom. E é isso que eu quero. Todos os dias.
Toni ia dizer mais uma coisa, mas eu colei meus lábios nos deles. Beijamos-nos por um bom tempo.
Até que cessamos o longo beijo com selinhos. Toni segurou as minhas mãos e deu um beijinho em cada uma.
– Boa noite, ruiva.
– Boa noite, lindo.
Toni se aproximou do carro, e seu motorista acenou para mim. Fiz o mesmo.
Assim que o carro se movimentou, eu fechei a porta e subi as escadas. Entrando no quarto, deitei na cama com um sorriso bobo, com os joelhos ainda tremendo um pouco e as borboletas fazendo festa em meu estômago. Por um momento lembrei-me da pergunta de Gio: você está amando muito o Toni nesse momento? Uma coisa eu tenho certeza.
Vou demorar a pegar no sono com todas essas sensações agradáveis demais!







Obrigada pelos comentários na outra postagem.
Gostei dessa parte, sabe? Achei tão fofo! Quem gostou do Toni ter entrado pela janela? Ou teria sido melhor se fosse o Nando? haha! Então, Toni é ou não é legal?
haha!
Beijos! Paz!

3 comentários:

  1. Eu até gosto do Toni, viu? Mas eu ainda não confio inteiramente nele para ficar feliz que ela está com ele. Eu realmente pensei que fosse o seu Fernando, fiquei decepcionada ):

    Quero mais. Não demora pra postar, viu?
    Beijinhos s2

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  2. beijos moça, linda semana cheia de paz pra ti, ta fofo aqui!


    Beijos

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  3. A cada dia que passa, a história fica mais emocionante. E tão romântica. O Toni está tão fofo, que já até me esqueci do Nando. rs Quando vai continuar a história? Estou louca para saber o que a Lucy vai decidir *-*

    Beijos.

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