Capítulo 9: Eu gosto de você, gosto mesmo de você!

Havia acabado de colocar Madeleine na cama. Voltei um pouco mais cedo com minha irmã da festa em comemoração pelo sucesso do desfile de Nina.
Saio do quarto da ruivinha depois de lhe dar um beijinho. Prendi meus cabelos num coque e caminhei em direção ao jardim. Sentei ao lado de um homem alto de cabelos e barbas ruivas.
– Sua irmã dormiu?
– Sim.
– Bom, agora me diga o que está havendo.
– Eu não consigo esconder nada de você, não é mesmo? – disse sorrindo.
– Não. – respondeu sorrindo também.
Contei a meu pai cada detalhe de tudo que estava acontecendo. Ele ouviu com muita atenção, e me encarou sem dizer nada.
– Fala alguma coisa.
Papai coçou a nuca e disse.
– Nossa! Mais agitado que filme de ação.
Soltei uma gargalhada e meu pai fez o mesmo.
– Deveria ter contado que o Toni pegava no teu pé.
– Tive receio que você deixasse de ser amigo dos pais dele. Não contei a Nina pelo mesmo motivo. Mas agora ela já sabe.
– Deveria ter contado assim mesmo. E eu não deixaria de ser amigo deles. – disse sorrindo. – Talvez eu desse uns tabefes no Toni.
Ri demais.
– Você acredita mesmo no Toni? Que ele está sendo sincero?
– Acredito.
– E sobre o Fernando... Bom... Vocês precisam conversar. Pois a Moni, a Gio, o Dan e o Lipe. Também estão sendo prejudicados por causa dessa briga.
– Eu sei. Faz tempo que não nos reunimos.
– Se o Nando se apaixonou por outra garota, você precisa respeitar isso. Pois durante a briga ele perguntou se você o amava, não é mesmo?
– Sim.
– E o que você respondeu?
– Nada. – disse com os olhos lacrimejados.
– Então, agora o que você tem que fazer é se acostumar com a ideia. – papai disse secando uma lágrima que deixei escapulir. – Talvez não seja a garota certa para o Fernando.
– Papai!
– Mas pode ser a menina certíssima para outro garoto. – falou com um sorriso largo.
– Oh, obrigada. – disse abraçando-o.
Meu pai retribuiu o abraço.
– Eu quero me acostumar com a ideia do Nando ter se apaixonado pela Sofia. Mas acho que seria bom eu me afastar do Toni também.
– Por quê?
– Não quero que ele se sinta usado. Pense que está servindo de distração.
– Se você se afastar do Toni ele vai ficar magoado. Ele sabe que você gosta dele mesmo.
– Eu adoro o Toni. Gosto dele mais e mais. – disse sorrindo.
– Pimentinha eu quero lhe contar uma coisa.
– O quê?
Papai coçou a nuca, olhou as estrelas e depois disse me encarando.
– Eu estou namorando.
– Oh.
– Só vai dizer isso?
– Me pegou de surpresa.
Fiz como ele. Cocei a nuca, olhei as estrelas e falei encarando seus olhos verdes.
– Não me diga que é uma peituda, que pinta o cabelo, mas deixa as sobrancelhas de fora, e que gosta de ler revista de fofoca?
Papai gargalhou.
– Que bom que o seu senso de humor continua ótimo.
– Como ela é?
– A Patrícia é divertida, inteligente, bonita, ama futebol e jogar videogame.
– Como vocês se conheceram?
Meu pai contou que em uma noite chuvosa, ele deixou que Patrícia ficasse com o táxi que ele pegaria. Depois se encontraram por acaso numa livraria café. Conversaram e alguns dias depois foram a um lançamento de um livro juntos.
– Calma aí! Isso já estava rolando faz tempo e só agora você decidiu contar? É isso mesmo? – perguntei fingindo irritação.
– Estava esperando o momento certo.
– Ah, sim. Pensei que só veria as fotos do casamento depois.
– Engraçadinha.
– Eu sou né? – falei com um sorriso largo.
– Está chateada com isso?
– Não sou egoísta papai, a Nina casou de novo. Então você também tem o direito de ser feliz.
– Eu te amo, sabia?
– Sabia.
– Agora tenho que contar a Madeleine e a Olivia. Achei que não seria legal dizer no desfile.
– Marque um almoço para contar a ruivinha e a Oli. Depois um jantar para conhecermos a sortuda.
– Sortuda por quê?
– Você é um bom homem, excelente pai, incrível, doce, e super bonitão.
– Oh, assim fico corado. – disse fazendo uma cara super engraçada.
Soltei uma gargalhada, meu pai riu também.
– Que bom que pensa isso tudo de mim. Achei que gostasse mais do Heitor.
– Oh, que isso Arthur? – falei chamando papai pelo nome. – Você sabe que eu te amo demais! Só que eu também amo o Heitor. Ele é um cara muito bacana.
– Acredito que ele seja sim.
Sorri.
– Ah, Patrícia disse que vai ficar mais nervosa quando conhecer você.
– Eu? Por quê?
– Disse que vai ser fácil com a ruivinha e a Olivia, mas você...
– Por quê? – falei rindo.
– Contei muitas coisas sobre você e suas irmãs. E um detalhe importante, você intimida as pessoas.
– Eu? – gargalhei. – Que nada!
– Você sim. Deve fazer isso com os meninos.
Ri mais ainda.
– Falando em meninos. Bom, falando em um menino. O Toni respeita você?
– Sim.
– Bom, ele tem mão boba?
Eu tentei segurar, mas não consegui. Juntando a frase dita por papai, mais a expressão super divertida, eu soltei uma gargalhada muito alta.
– Isso é um sim?
– Papai! – exclamei rindo. – Oh, ele tem mão boba? – repeti sua frase.
– Isso não tem graça!
– Tem sim! – ri feito uma palhaça. – Pai, você acha que eu ia deixar algum garoto fazer uso da mão boba comigo?
– Não.
– E respondendo a sua pergunta. O Toni não tem mão boba. Só que...
– O quê?! – exclamou.
– Nossos beijos são...
– Não quero saber!
– De cinema.
– Ai, Lucy!
– Vai dizer que você não beija a Patrícia.
– Sim, mas não gosto de imaginar a minha filhinha linda que até outro dia brincava de boneca...
– Até outro dia? – perguntei rindo.
– Agora fica trocando saliva com um marmanjo.
Ri demais. Muita coisa mesmo.
– Eu te amo, papai.
– Eu também amo você, Pimentinha. – disse me abraçando.
Conversamos mais um pouco. Depois papai foi até o quarto de Madeleine e lhe deu um beijinho na bochecha cheia de sardas. O acompanhei até a porta.
– Pensa direitinho em tudo que eu disse.
– Certo.
Papai me abraçou me deu um beijo no rosto, e depois caminhou em direção ao seu carro.
Como estava sem sono, fui até o meu quarto e peguei o livro que Heitor me deu de presente. Sentada na sala comecei a ler, mas logo veio em meus pensamentos um par de olhos castanhos. Desconcentrando-me por completo.
Sorri. Lembrei de como Toni estava lindo na festa. Usando terno, gravata e uma blusa de botões. Por um momento lembrei-me de Fernando que também estava lá. Usando gravata. Abri um novo sorriso, e voltei a pensar em Toni. Em seu sorriso e no defeitinho na sobrancelha direita. Mordi o lábio superior e larguei o livro sobre o sofá quando a campainha tocou. Atendi a porta e um sorriso largo surgiu em meus lábios.
– Oi, ruiva.
– Era você mesmo que eu queria ver.




Obrigada pelos comentários no outro capítulo. E agora hein? Quem será?
Nando ou Toni! Bom, é isso. Espero que gostem desse capítulo.
Beijos! Paz!

3 comentários:

  1. Ah, tomara que seja o Toni. E bom, pelo o que ela disse, parece ser o Toni. Mas será que ela também seria tão direta com o Nando? Que dúvida. rs
    Estou adorando o conto!

    Um beijo.

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  2. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA DIZ QUE É O NANDO, POR FAVOR? KKKKKKKKKKKKK

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