Saio do quarto da ruivinha depois de lhe dar um beijinho. Prendi meus cabelos num coque e caminhei em direção ao jardim. Sentei ao lado de um homem alto de cabelos e barbas ruivas.
– Sua irmã dormiu?
– Sim.
– Bom, agora me diga o que está havendo.
– Eu não consigo esconder nada de você, não é mesmo? – disse sorrindo.
– Não. – respondeu sorrindo também.
Contei a meu pai cada detalhe de tudo que estava acontecendo. Ele ouviu com muita atenção, e me encarou sem dizer nada.
– Fala alguma coisa.
Papai coçou a nuca e disse.
– Nossa! Mais agitado que filme de ação.
Soltei uma gargalhada e meu pai fez o mesmo.
– Deveria ter contado que o Toni pegava no teu pé.
– Tive receio que você deixasse de ser amigo dos pais dele. Não contei a Nina pelo mesmo motivo. Mas agora ela já sabe.
– Deveria ter contado assim mesmo. E eu não deixaria de ser amigo deles. – disse sorrindo. – Talvez eu desse uns tabefes no Toni.
Ri demais.
– Você acredita mesmo no Toni? Que ele está sendo sincero?
– Acredito.
– E sobre o Fernando... Bom... Vocês precisam conversar. Pois a Moni, a Gio, o Dan e o Lipe. Também estão sendo prejudicados por causa dessa briga.
– Eu sei. Faz tempo que não nos reunimos.
– Se o Nando se apaixonou por outra garota, você precisa respeitar isso. Pois durante a briga ele perguntou se você o amava, não é mesmo?
– Sim.
– E o que você respondeu?
– Nada. – disse com os olhos lacrimejados.
– Então, agora o que você tem que fazer é se acostumar com a ideia. – papai disse secando uma lágrima que deixei escapulir. – Talvez não seja a garota certa para o Fernando.
– Papai!
– Mas pode ser a menina certíssima para outro garoto. – falou com um sorriso largo.
– Oh, obrigada. – disse abraçando-o.
Meu pai retribuiu o abraço.
– Eu quero me acostumar com a ideia do Nando ter se apaixonado pela Sofia. Mas acho que seria bom eu me afastar do Toni também.
– Por quê?
– Não quero que ele se sinta usado. Pense que está servindo de distração.
– Se você se afastar do Toni ele vai ficar magoado. Ele sabe que você gosta dele mesmo.
– Eu adoro o Toni. Gosto dele mais e mais. – disse sorrindo.
– Pimentinha eu quero lhe contar uma coisa.
– O quê?
Papai coçou a nuca, olhou as estrelas e depois disse me encarando.
– Eu estou namorando.
– Oh.
– Só vai dizer isso?
– Me pegou de surpresa.
Fiz como ele. Cocei a nuca, olhei as estrelas e falei encarando seus olhos verdes.
– Não me diga que é uma peituda, que pinta o cabelo, mas deixa as sobrancelhas de fora, e que gosta de ler revista de fofoca?
Papai gargalhou.
– Que bom que o seu senso de humor continua ótimo.
– Como ela é?
– A Patrícia é divertida, inteligente, bonita, ama futebol e jogar videogame.
– Como vocês se conheceram?
Meu pai contou que em uma noite chuvosa, ele deixou que Patrícia ficasse com o táxi que ele pegaria. Depois se encontraram por acaso numa livraria café. Conversaram e alguns dias depois foram a um lançamento de um livro juntos.
– Calma aí! Isso já estava rolando faz tempo e só agora você decidiu contar? É isso mesmo? – perguntei fingindo irritação.
– Estava esperando o momento certo.
– Ah, sim. Pensei que só veria as fotos do casamento depois.
– Engraçadinha.
– Eu sou né? – falei com um sorriso largo.
– Está chateada com isso?
– Não sou egoísta papai, a Nina casou de novo. Então você também tem o direito de ser feliz.
– Eu te amo, sabia?
– Sabia.
– Agora tenho que contar a Madeleine e a Olivia. Achei que não seria legal dizer no desfile.
– Marque um almoço para contar a ruivinha e a Oli. Depois um jantar para conhecermos a sortuda.
– Sortuda por quê?
– Você é um bom homem, excelente pai, incrível, doce, e super bonitão.
– Oh, assim fico corado. – disse fazendo uma cara super engraçada.
Soltei uma gargalhada, meu pai riu também.
– Que bom que pensa isso tudo de mim. Achei que gostasse mais do Heitor.
– Oh, que isso Arthur? – falei chamando papai pelo nome. – Você sabe que eu te amo demais! Só que eu também amo o Heitor. Ele é um cara muito bacana.
– Acredito que ele seja sim.
Sorri.
– Ah, Patrícia disse que vai ficar mais nervosa quando conhecer você.
– Eu? Por quê?
– Disse que vai ser fácil com a ruivinha e a Olivia, mas você...
– Por quê? – falei rindo.
– Contei muitas coisas sobre você e suas irmãs. E um detalhe importante, você intimida as pessoas.
– Eu? – gargalhei. – Que nada!
– Você sim. Deve fazer isso com os meninos.
Ri mais ainda.
– Falando em meninos. Bom, falando em um menino. O Toni respeita você?
– Sim.
– Bom, ele tem mão boba?
Eu tentei segurar, mas não consegui. Juntando a frase dita por papai, mais a expressão super divertida, eu soltei uma gargalhada muito alta.
– Isso é um sim?
– Papai! – exclamei rindo. – Oh, ele tem mão boba? – repeti sua frase.
– Isso não tem graça!
– Tem sim! – ri feito uma palhaça. – Pai, você acha que eu ia deixar algum garoto fazer uso da mão boba comigo?
– Não.
– E respondendo a sua pergunta. O Toni não tem mão boba. Só que...
– O quê?! – exclamou.
– Nossos beijos são...
– Não quero saber!
– De cinema.
– Ai, Lucy!
– Vai dizer que você não beija a Patrícia.
– Sim, mas não gosto de imaginar a minha filhinha linda que até outro dia brincava de boneca...
– Até outro dia? – perguntei rindo.
– Agora fica trocando saliva com um marmanjo.
Ri demais. Muita coisa mesmo.
– Eu te amo, papai.
– Eu também amo você, Pimentinha. – disse me abraçando.
Conversamos mais um pouco. Depois papai foi até o quarto de Madeleine e lhe deu um beijinho na bochecha cheia de sardas. O acompanhei até a porta.
– Pensa direitinho em tudo que eu disse.
– Certo.
Papai me abraçou me deu um beijo no rosto, e depois caminhou em direção ao seu carro.
Como estava sem sono, fui até o meu quarto e peguei o livro que Heitor me deu de presente. Sentada na sala comecei a ler, mas logo veio em meus pensamentos um par de olhos castanhos. Desconcentrando-me por completo.
Sorri. Lembrei de como Toni estava lindo na festa. Usando terno, gravata e uma blusa de botões. Por um momento lembrei-me de Fernando que também estava lá. Usando gravata. Abri um novo sorriso, e voltei a pensar em Toni. Em seu sorriso e no defeitinho na sobrancelha direita. Mordi o lábio superior e larguei o livro sobre o sofá quando a campainha tocou. Atendi a porta e um sorriso largo surgiu em meus lábios.
– Oi, ruiva.
– Era você mesmo que eu queria ver.
Obrigada pelos comentários no outro capítulo. E agora hein? Quem será?
Nando ou Toni! Bom, é isso. Espero que gostem desse capítulo.
Beijos! Paz!
Saudades daqui.
ResponderExcluirAh, tomara que seja o Toni. E bom, pelo o que ela disse, parece ser o Toni. Mas será que ela também seria tão direta com o Nando? Que dúvida. rs
ResponderExcluirEstou adorando o conto!
Um beijo.
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA DIZ QUE É O NANDO, POR FAVOR? KKKKKKKKKKKKK
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