Capítulo 10: O que precisava ser dito.

A chuva que começara desde cedo, estiou ao cair da noite. Uma brisa agradável que entrava pela janela, trazia do jardim um misturar de aromas. Meu celular vibrou, me aproximei da escrivaninha e sorri quando li a mensagem “– Quase chegando, ruiva”.
Saio do meu quarto, desço as escadas e ao entrar na sala, sento no sofá. Era sábado à noite, e eu estava sozinha em casa. Heitor, Madeleine e Nina saíram para jantar e depois iriam ao cinema. Moni, Gio e seu namorado foram a um show. Eu, bom... Tinha outros planos. Assistiria dentro de alguns minutos uma maratona de “O laboratório de Dexter”. Jantar, cinema e show. Parece um jeito muito melhor de aproveitar seu sábado. Mas eu tinha uma boa companhia. Na verdade, era ótima!
A campainha tocou e eu caminhei sem pressa até a porta. Ao abri-la, a pessoa que eu esperava sorriu para mim. Sorri também.
– Oi, ruiva.
– Oi.
– Posso ganhar um abraço?
– Sim, claro!
Aproximei-me de Fernando e envolvi meus braços em seu corpo. Ele retribui. Aos poucos o abraço foi perdendo a força. Olhamos-nos e ele perguntou:
– Tem pipoca de micro-ondas?
– Sempre. – rimos. – Vamos, entra.
Fiquei contente por tudo ter sido resolvido entre Nando e eu. Pela aquela briga em meu jardim ter sido largada de lado. Era bom tê-lo na minha vida novamente.

Ao final da maratona, ainda fazíamos comentários divertidos e Nando ria da minha imitação de Didi.
– Então, animada com a sua apresentação?
– Hum, sim.
– Não é o que parece.
– Tenho receio de esquecer os passos.
– Ah, que nada! Você tem ensaiado tanto.
– Eu tive um pesadelo, sabia? Eu esquecia tudo no palco e era vaiada.
Fernando riu.
– É sério, Nando!
– Você não vai ser vaiada.
– Já sei!
– Sabe o quê?
– Quero que você me veja dançar. Preciso saber a tua opinião.
– Não, não! – ele disse num tom nervoso.
– Por quê?
– Não acho que seja certo, sabe? Nem a Moni e a Giu viram seus ensaios. Lembra que você disse que seria tudo surpresa?
– Por favor...
– Não, Lucy.
– Nando...
– Tá bom.
– Ai, que ótimo! – exclamei beijando seu rosto. – Vou trocar de roupa.
Subi as escadas com rapidez. Troquei meu pijama por roupas mais adequadas para dançar. Voltando a sala, vejo Nando verificando não sei o que em seu celular. Chamei sua atenção com um assobio. Ele olhou na minha direção e não disse nada. Apenas me observou.
– O que foi? – perguntei.
– É com essa roupa que você ensaia?
– Sim. Por quê?
– Justa.
– Ah, cala a boca! – disse rindo. Nando fez o mesmo.
Puxei Fernando pela mão, até que ele travou, me fazendo parar de andar também.
– O que foi?
– Tem certeza que a Monique e a Giovanna não vão ficar chateadas? – perguntou coçando a nuca. Era um sinal de nervosismo.
– Tenho. – garanti com um sorriso. – Agora vem!
O lugar onde eu ensaiava era espaçoso. Havia espelhos, um mural com fotos e um sofá macio. Fiz alguns alongamentos e me aproximei do rádio. O CD já estava dentro dele. Apertei o botãozinho e comecei a dançar. Eu sentia o ritmo me envolver. Era agradável.
Notei Fernando coçando a nuca novamente. Mas não sabia o porquê de seu nervosismo. Ele endireitou sua postura no sofá, quando alguns passos me fizeram chegar bem perto. Nossos olhos se encontraram. Ele sorriu, fiz o mesmo e me afastei. Nando voltou a relaxar.
Consegui terminar a coreografia junto com a música. Fiquei satisfeita.
– E então? – perguntei chegando perto do meu amigo mais uma vez.
– Vai ser uma ótima apresentação.
– Mesmo?
– Sim, claro!
– Parecia que você não estava prestando muita atenção.
– Eu estava. Eu estava mesmo prestando atenção em você, Lucy.
– É... Bom... – disse me afastando novamente. – Vou colocar algo mais lento.
Eu sempre fazia isso depois de cada ensaio. Abri um sorriso quando a voz suave de Corinne Bailey Rae começou a preencher toda sala.
Foi quando eu senti o peito de Fernando bem próximo as minhas costas. Nando afastou meu rabo de cavalo, e beijou a minha nuca. O toque de seus lábios foi como uma descarga elétrica, fazendo cada pelinho de meus braços se eriçarem.
– O que você está fazendo? – perguntei enquanto ele deslizava a mão pelo meu braço, me fazendo soltar a caixinha de CD vazia.
– Não faço ideia, ruiva. – respondeu. Seu tom não era muito sério.
Me virei e pude encarar seus olhos. Tão azuis e brilhantes.
Fernando me olhou de forma tão profunda que eu tinha a sensação que ele poderia descobrir os meus segredos mais profundos.
Abaixei a cabeça, cessando nosso contato visual. Brincava com um dos botões de sua blusa.
– Ruiva?
– O quê?
– Olha pra mim.
Eu olhei.
– Eu quero dizer uma coisa, só que eu não quero arriscar ganhar um soco. Mas...
Sorri.
– Eu quero te beijar. – confessou sorrindo. – Muito.
– Muito?
– Você não faz id
eia do quanto. – ele ainda sorria. – Eu posso? 



Continua...

No começo... Tudo o que eu tinha era: Uma ruiva de personalidade forte. Aos poucos o conto foi ganhando mais personagens, diálogos e leitores. Cada capítulo era escrito com o maior carinho! Eu me diverti escrevendo e ria bastante com os comentários. Foi bom toda aquela torcida pelo Nando x Toni. haha! Eu sempre vou gostar muito de Abreu's Rules! E... Bom, antes que isso fique meloso demais! haha! Quero dizer que fico contente por postar mais um capítulo. Mesmo depois de tanto tempo. Ah! Não estranhem a Lucy dançando, está certo? Ela sempre gostou, mas eu não tive a oportunidade de colocar isso em nenhum capítulo.  Então... Espero que tenha ficado bom e que vocês gostem. Beijos! Paz!          


5 comentários:

  1. Ei, é injusto acabar assim! Não faça aparecer nenhum personagem os interrompendo, por favor! Por favor! rs Esperei tanto por esse momento. *-----*
    Vamos, Joy, não demore a postar o próximo capítulo. Muito bom voltar a acompanhar seu conto.

    Beijo.

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  2. Ah, pelo amor de Deus, Joyce, esses dois precisam se beijar! hahaha

    Que lindo essa parte!
    Eu sou apaixonada pelo Fernando, cara. Acho-o tão meigo, tão cute-cute. Acho que você sabe dessa minha preferência por ele, não é?

    E digo o mesmo que a Babizoca: não demore a postar mais partes.

    Um abraço!

    Sacudindo Palavras

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  3. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH *-* QUE LINDO! QUE LINDO! QUE LINDO! LINDO NO NÍVEL INFINITO! Saudades demais dessa história e esse capítulo ficou demais. Só odiei você ter terminado ele assim. Isso não se faz, Joyce! Que maldade com a gente. MAS, enfim, quero logo esse beijo *-* Fernando é a coisa mais linda do mundo pedindo pra beijar ela. Tão fofo, awwwn *-*

    QUERO MAIS!
    Beijos <3

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  4. Joyce!
    Nando e Lucy continuam tão fofos como sempre. Parece que o clima esquentou, hein?! =P
    Correndo para o próximo capítulo!

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