Capítulo 4. (parte dois).

Assim como nas primeiras duas aulas. Toda minha atenção encontrava-se focada na expressão séria de Lucy. Era nossa terceira aula, e o professor dizia as maravilhas da matemática. Deveria me concentrar em suas explicações?! Sim. Mas não conseguia, pois meu maior interesse era saber o motivo da irritação da minha ruiva predileta.
O sinal bateu e todos se dirigiram ao refeitório, que era composto também por uma parte aberta. Com mesas, cadeiras, árvores e um gramado.
Enquanto Sofia respondia de maneira educada a cada pergunta dos meus amigos, Lucy mantinha-se calada. Com um livro em mãos e um fone em cada ouvido. Por um momento Pimentinha encarou os meus olhos. Eu abri um sorriso, ela ficou ainda mais séria e voltou a ler. Tenho que dizer que aquilo estava começando a me incomodar.
Com mais um tempinho livre, o pessoal começou a dispersar. E havia boas opções: Sala dos Alunos, quadra de basquete (e vôlei também), o campo (onde rolava os treinos e jogos de futebol), a biblioteca e o jardim. Caminhava distraído, até que sou puxado para dentro da Sala dos Alunos. Por um momento achei que tivesse sido a Cléo, (fundadora do meu fã-clube), pois ouvi suas amiguinhas dizendo que ela estava preparando uma surpresa para mim. Tenso!
– Nossa, que coisa Pimentinha!
– Desculpa.
– Bom, eu quero saber o motivo da sua irritação. – falei sério.
– Eu vou dizer.
Sentamos no sofá.
– Hoje, quando o Tadeu estava me trazendo para o colégio, eu vi dois irmãos. Havia o mais velho e outro era do tamanho da Madeleine. Estavam vendendo doces no sinal, quem estava com as janelas dos carros abertas fechou de imediato. Quem já estava fechada nem se deu o trabalho de abrir. Eu pedi ao Tadeu que estacionasse. Conversei com eles, comprei umas coisas e os levei de volta para casa. Até deixei todo o dinheiro que tinha na carteira, mas aí quando a comida acabar. E o dinheiro também, eles voltarão para o mesmo lugar. E fico pensando, será que outra pessoa vai ser solidária?
Lucy começou a chorar. Como nunca tinha visto antes. Eu não gosto de ver ninguém chorando, principalmente as garotas. É como se fosse minha kryptonita.
Me aproximei um pouco mais, e envolvi Pimentinha num abraço.
– Isso me deixou tão irritada, triste... Um misturar de sentimentos. – falou soluçando.
– Mas você fez uma coisa boa, saiu do carro e ajudou. Diferente do restante que não se importou.
– Ai, desculpa por ter sido grosseira com você. – Lu falou me olhando.
– Tudo certo. – disse enxugando suas lágrimas. – Uma coisa, a sua maquiagem é a prova d’ água?!
– É sim. Por quê?!
– Ah, sim. Por isso você não está parecendo um ursinho panda. – disse sorrindo.
– Palhaço! – Lucy falou rindo, e assim mostrando os furinhos em suas bochechas. Tão lindinhos.
– A Gisele disse, que quando ela está irritadinha ou chateada com alguma coisa. Gosta de comer chocolate.
– Tem aí?
– Não, mas tenho beijos. Serve?
– Você não é fácil, sabia? – disse sorrindo.
– Então, aceita?
– Sim. – falou balançando a cabeça.
Sério mesmo que a ruiva disse sim, a minha proposta de beijo?! Admito que antes mesmo de beijá-la já estou arrepiado. Segurei o rosto de Pimentinha com carinho. Beijei sua bochecha, encarei seus lindos olhos verdes e depois aproximei meus lábios, estava quase tocando os dela... Quando Moni entrou na sala, acompanhada por Gio.
– Oh, atrapalhamos? – Monique perguntou com um sorriso largo.
– O que vocês acham? – perguntei.
– Que sim. – foi à vez de Giovanna falar.
Levantei, me aproximei de Moni que ostentava o sorriso largo, e apertei as suas bochechas.
– Não faz isso. – falou rindo e me dando um beliscão.
– Ai!
– Tadinho Moni. Não belisca ele. – disse Lu saindo da sala e me puxando pela mão.
O sinal bateu, as estraga-beijos correram para aula.
– Faz um favor? – Pimentinha pediu.
– Claro! Um, dois, três, quatro... É só pedir, ruiva.
Lucy sorriu e eu também.
– Leve a Sofia até a minha casa.
– Quando?
– Hoje de tardinha. Assim ela conhece a Nina.
– Que ótimo! Ela vai gostar.
– Bom, agora vamos para a aula.
Nossa quarta aula do dia. Artes. Com a professora Carolda: Pessoa animada, que usa roupas divertidas, que toca violão, conta boas piadas, faz imitações engraçadíssimas e exerce o seu trabalho com excelência. E falando também da sala que era a sua cara. As paredes pintadas de verde, um mural com fotos dos alunos, puffs e mais puffs espalhados e incensos.
– Olá, queridos! Olá! – cumprimentou.
– Oi, professora! – respondemos.
Como já havia se tornado uma tradição, era chegado o momento de falar sobre nossas férias. Explicando que cada aluno novo faz uma pequena apresentação. Sofia foi à primeira.
– Bom, meu nome é Sofia. Mudei-me da França com os meus pais e irmãos, meu pai e francês e minha mãe é brasileira. E as nossas férias foram bem divertidas, fomos até Londres.
E assim os alunos foram relatando suas férias. Até que chegou a vez de Lucy. E depois a minha.
– Que ótimo! Eu também me diverti. Praia, sol, e um moreno bonitão. É o meu marido, tá gente! – a professora disse rindo.
Caímos na gargalhada.
– Agora vamos falar sério ou quase. É sobre o dever de casa.
Alguns alunos reclamaram.
– Que isso gente?! Será que vou ter que pegar a cadeira e o chicote?! – brincou fazendo alusão aos domadores de leões.
Rimos.
– Bom, formem duplas. Agora você vai observar a pessoa a sua frente, como se fosse uma pintura. Eu vou colocar uma música para embalar o momento. O dever de casa será escrever um texto sobre a pessoa que você observou. Explicando que você terá que encontrar uma música que lhe faça lembrar-se da pessoa em questão. Agora apenas admire, aprecie.
Professora Carolda escolheu uma música lenta. Eu olhava Pimentinha com atenção. Cada detalhe era agradável. Sobrancelhas, cabelo longo, maçãs do rosto e suas sardas fofas. Cílios, os olhos. Olhos verdes, esmeraldas, brilhantes!
Por um momento desviei o olhar e fitei a sua boca. Desenhada, bonita.
Percebi um sorrisinho se formando no cantinho dos lábios de Lucy. Era como se ela ouvisse meus pensamentos. Pois o sorrisinho se alargou, eu ruborizei. E voltei a encarar seus olhos. Desinibidos, sinceros, transparentes, desconcertantes. De menina-mulher. Minha?! Não sei ainda, mas gostaria. E como numa cena de filme... Só havia a ruiva, eu, a canção lenta e as borboletas dançantes em meu estômago.


Achei a descrição do Nando tão lindinha! E toda vez que olho digo: Oh, que fofo! haha!
Beijos!

5 comentários:

  1. Ah, a descrição ficou mesmo muito fofa.
    Tão delicados esses seus personagens. Fico cada vez mais encantada com esse conto. Todas as partes que leio, eu percebo que a leitura flui leve, natural, e muito agradável.
    E continuarei aqui na espera por novas partes.

    Beijo grande.

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  2. Cada vez mais fofo esse conto está ficando. ^^
    Espero pelos novos capítulos.
    Beijo. ;*

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  3. Primeiro capítulo postado (até que enfim) ^^ :

    http://cerezaambulante.blogspot.com/2011/04/angel-from-my-nightmare-cap-i.html

    Se puder ler :)
    Beijos

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  4. Own, o Nando é tão, mas tão fofo!
    E, sim, foi muito bonitinha a descrição que ele fez da Lucy.
    Quero mais, Joyce.
    A Sofia vai atrapalhar a "relação" deles? E esse beijo sai ou não sai? huiashuias

    :*

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  5. AAAAAAAA QUE LINDO ESSE NANDO! Amei a descrição dele, ate suspirei de tanto amor. Preciso dizer que ele tem que ficar com a Lucy? Casal mais que fofo!
    Esperando a próxima parte como louca! Não demora viu? Beijinhos, se cuida s2

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