Deixo você sair.


As paredes, o teto, e cada móvel da sala. Eram espectadores de mais uma cena que se desenrolava.
Leo encontrava-se sentado em um sofá. Cabelos bagunçados, a blusa social completamente desabotoada e assim revelando a regata que sempre usava por baixo.
A descrição do rapaz de olhos castanhos e barba por fazer, era composta também pela expressão séria estampada em seu rosto bonito.

No outro sofá estava Ana. Batom vermelho e cabelos presos num coque. O que se se destacava nela eram os olhos pretos. Chorosos, devo dizer.
Ressaltando que nem sempre são assim, mas na ocasião só podiam ser tempestade. Pois chuva fina não seria boa definição.

Entre eles uma mesinha, perto da porta apenas uma mala. Dentro havia: roupas, beijos, cores, cheiros e lembranças.
Leo passa uma das mãos nos cabelos e levanta. Ana chora ainda mais, desse jeito fazendo seu querido amor sentar outra vez.
É complicado o momento de juntar as coisas e sair sem olhar para trás. Pois só com uma olhadinha é possível mudar de ideia. Então coisas são esquecidas, e tudo começa outra vez. Mas isso pode ser bom, não é mesmo?! (re) começar.
Não quando antigos detalhes se repetem e que por vezes repelem, assim chegando ao ápice.
Dessa forma desgastando, ficando pequeno, quebrando-se em pedaços e então é término. E por mais que os sentimentos estejam doloridos, machucados, aquela coisa intensa, ferrada! É preciso sair pela porta e seguir. Com aquela certeza de: aonde quer que eu vá, levo você no olhar.

A moça de cachos castanhos encara os olhos de Leo, e vê uma única lágrima escorregar por seu rosto.
– Desculpa. – ela disse levantando, aproximando-se da porta e abrindo-a. – Eu te amo, Leo. – fala segurando as lágrimas. – Como nunca amei homem nenhum! Sabe amor, você nunca me completou. Pois eu sou completa e você também. Mas você me ensinou coisas novas. Compartilhamos segredos e momentos. Você chorou seus receios em meu ombro, e eu segurei sua mão. O amor esteve presente.
Foi cantado no chuveiro, desenhado nas paredes e o fizemos acontecer da maneira mais bonita. Você é especial, Leo. – fala sorrindo. – Sabe, lembro de todas as vezes que tocou violão para mim em tardes chuvosas, fez brigadeiro de panela quando eu estava chateada e mexeu em meus cabelos nas minhas noites de insônia. Eu te amo, Leo.
Por isso deixo que saia, pois eu não sou a pessoa que você merece. Sou confusa, meu pavio curto é irritante, sou inadequada, nada perfeita. Num momento sou sorrisos e no instante seguinte quase quebro a casa. Sou uma montanha russa de emoções! Sou boba! Já disse que te amo, e é verdade. Por isso digo que você deve sair e procurar ser feliz nos braços de outra. – Ana disse chorando. – E se nos encontrarmos na rua, não precisa falar comigo, tampouco me apresentar ao seu novo amor. Apenas me entrega um sorriso. Aí quando eu voltar para casa, à lágrima terá timidez em aparecer. Pois estarei com um sorriso gigante nos lábios, com a lembrança de teu sorriso. – Ana completa chorando mais ainda.
Leo que até então ouvia tudo em silêncio. Levanta, se aproxima, fecha a porta com força, segura o rosto de Ana com as duas mãos e fala:
– Tudo que disse é bobagem. Eu não tenho como ser feliz nos braços de outra. E nem é por aquela coisinha do eu só existo por sua causa. Já existia antes de te conhecer, e você também. Mas eu quero você, meu amor. Eu te amo desse jeito aí mesmo que você é. Se decidir mudar, eu terei paciência. Se você escorregar e repetir os erros, eu te ajudo a levantar e assim prosseguimos juntos. Pois amar é isso!
E desse nosso amor desafinado não quero abrir mão, e nem posso. Pois sãos seus beijos doces que acalmam as borboletas em meu estômago.
E então se beijaram, sem pressa, com carinho, amor, desafinado... Deles!






Fugindo um pouco de Abreu's Rules para escrever esse conto. Escrito com paciência, carinho e ao som dos Paralamas do Sucesso. E hoje, o Querido blog Meu! Está fazendo aniversário. 3 anos fazendo relatos, brincando de escrever, inventando personagens. E sempre com aquela frase: Não é só escrever por escrever. Há muito nesse ato: Papel, caneta, sentimento... Momento!
Obrigada a cada pessoa fofa que gosta mesmo das coisas que escrevo.
Bela semana! Beijos!

6 comentários:

  1. Joyce, que conto fofo...
    E essa menina, ou melhor, mulher ela é bem parecida comigo: uma montanha russa nos sentimentos.
    Parabéns para o querido blog meu pelo terceiro aniversário, e espero que tenha muito mais, que você possa compartilhar conosco muito mais contos lindos.
    Beijo. ;*

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  2. Eu pensei que esse texto ia terminar com ele indo embora mesmo, mas eu acho que palavras bem escolhidas e o principal, verdadeiras, são a chave para qualquer desentendimento e tudo pode voltar ao normal.
    LINDO. AMEI. FICOU PERFEITO!

    Beijinhos, se cuida s2

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  3. Adorei o seu Blog, estou seguindo.
    venha conhecer o meu espaço.
    http://freesante.blogspot.com/
    Beijo.

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  4. Que conto lindo, Joyce. Parece que você escreveu a minha história. Tudo o que Ana disse para o Leo, eu já disse uma vez e não foi fácil. Eu sei o que a Ana passou e, sei mais ainda, o que eles iriam passar se isso fosse verdade assim como o meu amor é. Todos merecem uma segunda chance, mesmo tendo mil defeitos. Que pessoa hoje em dia é normal? rs

    Parabéns pelos 3 anos de blog. Que venham muitos outros com muitas outras histórias.
    Um beijo.

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  5. PS: Quando continuará com a história? Não sabia que ela estava tão interessante. Fiquei mais curiosa do que de costume. rs

    Um beijo.

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  6. Que coisa mais fofa! Eu amo essas histórias de brigas, intrigas e no final tem aquele beijo de amor. *-* Estava com saudades daqui viu moça? "Eu só existo por sua causa", tão fofo!

    Mas então, até outra hora. Continue com esses contos perfeitos.

    Beijos

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